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Nas últimas décadas tem ocorrido aumento significativo da longevidade em ambos os sexos. Em decorrência disto, também tem aumentado o número de doenças urológicas próprias do idoso. O número de consultas de pacientes idosos nos Estados Unidos entre 1975 e 1986 representava 28% do movimento de consultórios urológicos, atualmente representa 44% da demanda. O motivo mais comum que leva estes pacientes a procurar auxílio médico são os distúrbios da micção e as doenças da próstata são a principal causa. Outras queixas mais frequentes inculuem: prevenção do câncer de próstata, incontinência urinária e problemas da esfera sexual. Deve-se também destacar a maior ênfase na melhora da qualidade de vida dos pacientes, ou seja, a preocupação deixou de ser apenas com patologias que coloquem em risco a sobrevida do paciente mas também com aquelas condições que impliquem em limitações das atividades normais como a função sexual ou aquelas que interfiram significativamente nas atividades diárias e convívio social destes pacientes como a Incontinência urinária. Estas condições podem decorrer de alterações próprias do envelhecimento, da presença de doenças associadas tais como diabetes e hipertensão arterial bem como do uso de medicações.

Embora possa ocorrer em todas as faixas etárias, a ocorrência de incontinência urinária aumenta com o decorrer da idade. Calcula-se que 8 a 34% das pessoas acima de 65 anos possuam algum grau de incontinência urinária sendo que, em casas de repouso atinge cerca de 50% dos pacientes. A Incontinência Urinária pode ser classificada da seguinte forma:

Incontinência por Urgência
Incontinência Urinária de Esforço
Incontinência Mista
Incontinência Total
Incontinência Paradoxal

A Incontinência por urgência constitui a principal causa de incontinência Urinária em pacientes idosos de ambos os sexo (cerca de 60%), geralmente ocorre devido a presença de contrações vesicais durante a fase em que a bexiga está se enchendo. Seu principal sintoma é a perda urinária precedida por forte desejo de urinar (urgência miccional).

A Incontinência Urinária de Esforço representa 30% das causas de incontinencia em pacientes idosos do sexo feminino e porcentagem ainda maior em faixas etárias mais jovens. Decorre do enfraquecimento do esfíncter uretral ou da musculatura do assoalho pélvico. A perda ocorre durante os esforços, quando a pressão intraabdominal aumenta levando ao aumento da pressão da bexiga. Se o mecanismo esfincteriano de continência for deficiente, ocorre perda de urina. Tipicamente, caracteriza-se pela ocorrência de perdas urinárias ao realizar esfoços como tosse, espirro, exercícios físicos ou mudança de posição. Não costuma ser precedida por desejo miccional.

A Incontinência Mista decorre da associação destas duas causas mais comuns de incontinência (incontinência por urgência e incontinência de esforço). A Incontinência paradoxal representa importante causa de incontinencia urinária em pacientes idosos. O paciente perde urina por transbordamento, isto é, a bexiga está o tempo todo cheia e transborda. Clinicamente, ocorre perdas urinárias em gotejamento, associadas à bexiga cheia.

A Incontinência total decorre de lesão esfincteriana grave ou fístula urinária. Nos homens, a lesão grrave do esfíncter geralmente decorre de cirurgias para tratamento de Câncer de Próstata por lesão do esfíncter uretral externo ou de sua inervação. Nas mulheres, pode ser causada por cirurgias radicais na pelve. Manifesta-se clinicamente por perdas urinárias contínuas e incapacidade de urinar (a bexiga não consegue acumular urina).

Outro aspecto importante na Incontinência Urinária do paciente idoso é a caracterização da Incontinência como transitória ou permanente. Entende-se por incontinência transitória aquela decorrente de causas externas ao trato urinário e cujo tratamento dependerá da abordagem destas condições. A incontinência urinária permanente decorre de alterações anatômicas ou funcionais próprias do trato urinário conforme descrito anteriormente. Vale lembrar que o critério de duração não permite classificar a Incontinência Urinária como transitória ou permanente uma vez que causas transitórias se não diagnosticadas e tratadas adequadamente podem levar o paciente a permanecer incontinente por meses ou até anos.

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